Trabalhar com Arte-Terapia está longe de uma exigência artística rigorosa para qualquer ser humano. Vincula-se muito mais ao modo lúdico de brincar com os elementos psíquicos que nos compõem, simbolizam e/ou produzem nossos mundos . As duas partes da série " histórias para boi dormir", sendo elas : O menino que não tinha sapatos e O trançado de vovó, tem por intuito mergulhar no universo rico de elementos de determinado cliente,que atrelado aos anseios e tensões que perpassam sua vida , misturam-se, nesses casos suas afinações literárias. Gosto pela leitura. Instrumento este que faz sentido e mobiliza integração e ação a vida desse indivíduo específico, entoando outros cantos a sua realidade.
Cada obra de arte produzida, além de resignificar algo na vida do cliente,faz parte de algum atributo ou atividade de sua vida diária. Sendo a arte vista em seu aspecto mais amplo, como a arte de lavar pratos, por exemplo.Não há uma interpretação/análise que disseque sua obra e sim possíveis leituras que abrem seus caminhos,através da relação psicoterapêutica, apresentando outras possibilidades que entre o estado hipnótico ao qual somos submetidos diariamente por nossas atividades rotineiras que se tornam automáticas com um certo tempo, provoquemos um corte que respeite nossos ritmos interiores.
Podemos sustentar o ato de contar histórias através das lentes de diferentes suportes/abordagens. O importante nesse espaço é apenas abordar a técnica Cantadora de história como uma possibilidade milenar , utilizada por nossos ancestrais e por muitas culturas populares que pincelam o conhecimento da alma, de maneira que a simplicidade forneça ferramentas para outras formas de digerir e metabolizar a vida.
Lindo!
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